O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social, Gilberto Waller Jr., deu entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (14/5), para atualizar as informações em relação às notificações aos aposentados e pensionistas sobre os descontos associativos.
De acordo com ele, até as 16h desta quarta-feira (14/5), foram recebidos 480.660 pedidos de ressarcimento. Dentre esses, 473.940 (98,6%) disseram não reconhecer ou não autorizaram os descontos. Outros 6.720 (1,4%) reconheceram os vínculos.
Aposentados e pensionistas começaram a ser notificados pelo aplicativo Meu INSS nessa terça-feira (13/5). Desde então, eles podem consultar os valores e a entidade responsável por fazer descontos associativos indevidos nos benefícios.
Waller Jr. anunciou que, se for necessário, o instituto oferecerá atendimento presencial para atender todas as pessoas atingididas pela fraude dos descontos:
“Se for necessário atender presencialmente nas agências ou por outras formas de busca, uma das coisas que nos comprometemos é com todos. Nenhuma comunidade será alijada ou retirada desse procedimento, após um certo prazo. Faremos um balanço para verificar se alguma comunidade ou região não foi possível realizar esse tipo de pedido ao INSS”, adiantou.
Assista:
“Todos serão ressarcidos”, diz presidente do INSS
O presidente do INSS garantiu que nenhuma pessoa ficará sem a possibilidade de ter o ressarcimento e reforçou que não há prazo final para encerrar o período de devolução do dinheiro.
“Todos serão ressarcidos no menor tempo possível. Não precisa correr. Não é uma corrida contra o tempo. A gente não vai fechar o sistema de uma hora para outra, falando que quem não pediu, não vai ter essa indenização”, adiantou.
Waller Jr. alertou, no entanto, que, até então, as únicas formas de comunicação são pelo Meu INSS, pela central 135 ou pelo site da presidência do INSS. “Não há outra forma de contato; a central de atendimento não liga para ninguém nem entra em contato com ninguém por iniciativa própria. Se você tiver interesse, você liga para esclarecer a questão”, explicou ele.
O presidente do instituto comentou, ainda, que o atendimento presencial nas agências corresponde a 2,1 milhões de pessoas: “E daí vocês vão me perguntar: ‘Essas pessoas estão excluídas de fazer o pedido?’ Eu falo que, a princípio, não, porque esses 2,1 milhões de pessoas, na sua grande maioria, são pessoas que precisam passar por uma perícia médica presencial e por isso elas são chamadas às agências”.
O escândalo do INSS foi revelado pelo Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023. Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.
As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU). Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.
Atenção na hora de acessar ao app Meu INSS
A entrevista coletiva também contou com a presença de Rodrigo Assunção, presidente da Empresa de Tecnologia e Informações da Previdência Social (Dataprev). Ele mencionou que, só nesta quarta-feira (14/5), foram 8.554.898 acessos totais ao app Meu INSS.
A grande maioria dos acessos, no entanto, segundo Assunção, não seguiu até o ponto de consulta de desconto associativo. Na área do desconto associativo, foram 1.600.305 acessos. Vale ressaltar, ainda, que nem todo acesso representa uma solicitação.