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“Pecuária brasileira nunca esteve em um momento tão bom”, avalia presidente da ABCN

19/06/20256 Mins Read
“Pecuária brasileira nunca esteve em um momento tão bom”, avalia presidente da ABCN
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“Pecuária brasileira nunca esteve em um momento tão bom”, avalia presidente da ABCN

Na visão da entidade, os EUA vão aumentar seus investimentos na produção de grãos e importar, cada vez mais, a carne bovina do Brasil.

Na visão do presidente da Associação Brasileira dos Criadores da Raça Nelore (ABCN), Victor Miranda, a pecuária brasileira nunca esteve em um momento tão bom. Não somente pelas exportações, que estão batendo recordes em volume, mas também pelo consumo interno, que segue aquecido.

No âmbito das exportações, Miranda destaca que os Estados Unidos devem continuar comprando grandes volumes do produto brasileiro. Somente nos quatro primeiros meses deste ano, 17% dos embarques de carne bovina do Brasil foram para o mercado norte-americano — atrás apenas da China (39,24%). 

Segundo ele, alguns fatores devem contribuir ainda mais com esse cenário: a guerra comercial travada entre EUA e China, a chancela da Organização Internacional de Saúde Animal (OMSA) ao Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação e a qualidade da carne produzida aqui no país.

Em entrevista ao Agro Estadão, durante a Feicorte 2025, Miranda também destacou a relevância da raça Nelore, que, atualmente, representa 80% do rebanho nacional e 50% do cruzamento industrial. Ele enfatizou o trabalho que será realizado em conjunto com a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) com foco no melhoramento genético do Nelore.

Como o senhor avalia o momento atual da pecuária brasileira?

Eu acho que a pecuária nacional nunca esteve num momento tão bom, não só para exportação da proteína vermelha como também para o consumo no mercado interno. A oportunidade que se abriu para o Brasil com essa guerra comercial dos Estados Unidos com a China é enorme. Nós já somos o maior exportador de proteína vermelha e vamos ser o maior produtor a curto prazo, porque não tem ninguém com capacidade, força de trabalho, com o clima que nós temos e com o território que nós temos. Nós produzimos em quantidade e com qualidade. O custo da proteína vermelha brasileira é imbatível.

O senhor falou da guerra comercial entre EUA e China, mas há ainda o fato de os EUA estarem recompondo o rebanho deles. O senhor acha que essa também é uma oportunidade para o Brasil nesse cenário?

Eu acho que os Estados Unidos, cada vez mais, vão importar a proteína vermelha do Brasil. Eles vão destinar as áreas que têm para produção de grãos, coisa mais nobre. O custo da tonelada em dólar do Brasil não chega a US$ 6 mil, enquanto nos Estados Unidos passa de US$ 10 mil. Eles vão manter sim uma produtividade para ter uma segurança alimentar, mas a proteína vermelha demanda tempo, investimento e dedicação para produzir. E o Brasil é imbatível e vai continuar conquistando o mercado pela qualidade e pelo custo.

E com uma demanda crescente pelo produto brasileiro, como o produtor pode aumentar essa produção? Os confinamentos são um caminho?

O Brasil começou a enxergar que a pastagem tem que ser tratada como cultura. Tem que ter adubação de plantio, adubação de cobertura. A pecuária nacional está se profissionalizando, mesmo porque os grãos estão tomando as áreas mais nobres. Temos tecnologia, melhoramento genético e vários programas de melhoramento. A raça Nelore é a base da pecuária nacional.

O Brasil recebeu a chancela da OMSA de país livre de aftosa sem vacinação. Como vocês acompanham isso dentro da associação?

É uma grande oportunidade, conquistada com muito esforço. Mas temos que ter responsabilidade e vigilância enorme, porque o que demoramos anos para conquistar podemos perder instantaneamente. Precisamos investir na vigilância e no controle das nossas divisas.

E na questão de proteção, alguns estados ainda não têm um fundo indenizatório para casos de aftosa. Isso é um ponto de alerta?

Eu acredito que todas as regiões vão criar esse fundo. Acho que, se houver um foco de aftosa, vamos seguir o protocolo para proteção nacional. Vamos ter que abater esses animais e indenizar o pecuarista. Então, independentemente do governo, a pecuária nacional precisa ser reconhecida como um pilar da nossa economia e temos que, cada vez mais, incentivar e proteger a produção de alimentos para a segurança alimentar, não só do Brasil, mas mundial. 

Falando de custo de produção, o pecuarista está conseguindo balancear as contas?

Victor Miranda – Salário, insumos e combustíveis sobem e descem, então, os pecuaristas têm que tratar a pecuária como uma empresa e saber guardar nos momentos bons para passar por momentos difíceis, porque a pecuária é um ciclo. Mas nós temos que, cada vez mais, produzir com qualidade e aumentar a exportação para não ter uma discrepância tão grande do momento bom para o momento ruim. E um caminho é o uso de tecnologia que está disponível e, claro, com atenção à responsabilidade ambiental e combater quem fala mal do nosso país.

A ABCN vai promover o circuito Nelore de qualidade com foco no melhoramento genético. Como vai funcionar?

Nós estamos organizando um circuito Nelore de qualidade, que é uma importante ferramenta do melhoramento genético. Nosso objetivo é mostrar que é possível produzir quantidade com qualidade. Nós incentivamos os pecuaristas a levar o animal precoce, mais jovem, com cobertura ideal de gordura. E agora, juntamente com a ABCZ [Associação Brasileira dos Criadores de Zebu], vamos fazer o genoma desse animal e identificar os pais. Então, o melhoramento genético da raça Nelore não para. 

O senhor foi reeleito para presidir a ABCN por mais dois anos. Nesse próximo período, qual será o foco da sua gestão?

Quero demonstrar que a raça Nelore é única, apesar de suas variedades. Nós temos Nelore mocho, temos Nelore padrão, que é o de chifre, e temos Nelore pelagens. Temos essa raça em pista, em melhoramento genético e em outros projetos. Mas a raça Nelore é única e precisamos reforçar isso, principalmente os fundamentos industriais que são a base dessa raça. Então, precisamos trabalhar juntos para alavancar ainda mais a raça e garantir a qualidade e a quantidade que o mercado exige.

*Jornalista viajou a convite da organização da Feicorte 2025

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