O PDT antecipou uma eventual queda do ministro Carlos Lupi e entrou em campo, nesta sexta-feira (2/5), para garantir a indicação de um novo nome para comandar o Ministério da Previdência Social, sob ameaça de desembarcar do governo. O titular da pasta foi convocado para uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Planalto, com expectativa de negociar a demissão.

Neste momento, o PDT está dividido. Uma ala do partido defende que, caso Lupi deixe a Esplanada, a bancada da sigla deveria sair com o presidente de honra. Outro grupo da sigla defende a permanência na base do presidente Lula, desde que possam indicar um novo nome para chefiar a Previdência e manter o controle sobre postos-chave do ministério.

O que ambos os lados deixam claro é que há, sim, chances de Lupi pedir demissão. Tanto por ser alvo de ofensivas da oposição, que aponta suposta omissão com a farra do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), quanto de aliados governistas. Lula foi aconselhado a demiti-lo para evitar nova alta na taxa de rejeição.

A fritura de Lupi começou na sexta-feira passada, com a deflagração da Operação Sem Desconto, pela Polícia Federal (PF). A ação resultou no afastamento do presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Desde então, a oposição tem relacionado o esquema de fraudes em descontos nos pagamentos de aposentados e pensionistas diretamente ao governo Lula.

Nos bastidores, lideranças do PDT citam alguns nomes para substituir Lupi. Um deles é o do secretário-executivo da Previdência, Wolney Queiroz. Ele foi deputado por Pernambuco e liderou a bancada do partido na Câmara. Outro nome citado é o de Guilherme Campelo, diretor de Licenciamento, da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc).