O cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos entre Israel e Irã foi abalado por acusações mútuas e novos confrontos apenas horas após sua implementação. O governo israelense afirmou que Teerã violou o acordo ao lançar mísseis em direção ao território israelense, enquanto o Irã negou as acusações e reafirmou seu compromisso com a trégua.
O cessar-fogo e suas primeiras horas
O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou na segunda-feira que Israel e Irã haviam aceitado um cessar-fogo, que entraria em vigor à meia-noite no horário de Washington. A iniciativa foi descrita como uma tentativa de conter a escalada de tensões entre os dois países após 12 dias de confrontos diretos.
No horário combinado, Israel confirmou sua adesão ao acordo e agradeceu a Trump pelo apoio. “Israel agradece ao presidente Trump e aos Estados Unidos por seu apoio na defesa e sua participação na eliminação da ameaça nuclear iraniana”, declarou o governo israelense.
No entanto, menos de três horas após a implementação do acordo, o gabinete de Benjamin Netanyahu acusou o Irã de disparar mísseis em direção ao território israelense. Sirenes soaram no norte de Israel, e as defesas aéreas interceptaram os projéteis. O ataque teria ocorrido após ofensivas anteriores que mataram quatro pessoas e danificaram edifícios em Beersheba.
Reação de Israel
Em resposta às supostas violações, o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, ordenou um ataque de retaliação contra alvos em Teerã. “Instruí as Forças de Defesa de Israel a responder vigorosamente à violação do cessar-fogo pelo Irã por meio de ataques intensos contra alvos do regime no coração de Teerã”, anunciou Katz em suas redes sociais.
Autoridades israelenses afirmaram que o cessar-fogo foi aceito sob a condição de que qualquer violação seria respondida com firmeza. O ministro das Finanças, Bezalel Smotrich, disse que “Teerã vai tremer”.
Resposta do Irã
O Irã negou as acusações de que teria violado o cessar-fogo e acusou Israel de continuar suas ofensivas. O Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã declarou que o país permanece comprometido com a trégua, mas está “com o dedo no gatilho” para se defender de qualquer agressão. “As forças armadas da República Islâmica do Irã estão prontas para dar uma resposta decisiva e dissuasiva a qualquer ato violador do inimigo”, afirmou o regime iraniano.
Além disso, o governo iraniano agradeceu ao Qatar por seu papel mediador e reafirmou sua intenção de fortalecer laços regionais.
Impasse diplomático
Enquanto a situação no campo de batalha permanece tensa, diplomatas internacionais tentam salvar o acordo. Fontes indicaram que os eventos podem ser um esforço de ambas as partes para demonstrar força antes de recuar.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), chefiada por Rafael Grossi, comemorou a trégua e convidou o Irã para negociações sobre seu programa nuclear. No entanto, analistas apontam que a instabilidade nas primeiras horas do cessar-fogo levanta dúvidas sobre sua viabilidade a longo prazo.
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