Fertilizantes: preço pode retornar ao patamar de 2023 com conflito Israel x Irã
A escalada da tensão Israel x Irã segue preocupando os mercados de fertilizantes neste início de semana, com destaque para os nitrogenados — juntos, ambos países respondem por cerca de 40% das exportações mundiais de ureia.
Os especialistas da Markestrat destacam que, atualmente, o Irã, maior produtor mundial de ureia, está com suas sete instalações de amônia e ureia fechadas. Além disso, o Egito, segundo principal produtor, está com as produções paralisadas devido à interrupção do fornecimento de gás por parte de Israel. Preocupa também o trânsito parcialmente interrompido no Estreito de Ormuz — porta de escoamento de boa parte do petróleo mundial.
Diante do cenário, a consultoria alerta para a alta dos preços de fertilizantes. “É possível que observemos uma alta que alcance patamares similares aos do início de 2023, caso este conflito continue freando a produção e a exportação”, dizem os analistas.
Efeitos no mercado de milho
Outro possível efeito do conflito Israel x Irã está no mercado de milho. Os especialistas lembram que, os estoques mundiais do grão estão no menor patamar em 10 anos. Com isso, conforme a Markestrat, o conflito tem o potencial de comprometer a segurança alimentar global, considerando a relevância dos fertilizantes nitrogenados para o cereal.
Soma-se a esse quadro, a paralisação da abertura de alguns mercados que estavam em andamento antes da política tarifária adotada pelos Estados Unidos. “É possível que muitas negociações entrem no modo de espera. Nesse ponto, fundamental destacar a preocupação com a produção do Brasil, uma vez que o país tem déficit de estocagem e o escoamento é essencial no giro dos grãos entre as safras (milho e soja), o que pode comprometer a qualidade do que já foi produzido”, traz o relatório.