A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) recebeu, na quarta (18), a visita do grupo Diplomatas da Agricultura do Brasil (DAB), composto por representantes de diversas embaixadas estrangeiras, para discutir as ações do agro na Conferência das Partes (COP 30).
Participaram da abertura do encontro o adido agrícola da Embaixada da França e presidente do DAB, Pierre-Adrien Romon, a diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, e o diretor técnico, Bruno Lucchi.
“A COP é um evento mundial e tem como objetivo o diálogo entre países. Então é muito importante dialogar, apresentar previamente para os setores agrícolas quais são as nossas prioridades, os temas atuais de interesse deles e do Brasil”, disse a diretora Sueme Mori.
Na abertura, Bruno Lucchi destacou que a COP 30 no Brasil é uma oportunidade de mostrar para o mundo um pouco da realidade do setor agropecuário brasileiro e o pacote tecnológico utilizado pelos produtores na produção de alimentos.
“Vamos discutir a segurança alimentar, a importância do uso de sistemas produtivos sustentáveis eficientes e a transcrição energética como parte da solução na agenda climática”, disse Bruno.
O adido Pierre-Adrien afirmou que o mundo está com grandes expectativas para essa Conferência das Partes, diante dos debates sobre as mudanças climáticas e o protagonismo do Brasil. “A agricultura é alternativa para o enfrentamento das mudanças climáticas globais e acreditamos que o Brasil terá ações e novidades para apresentar nesse sentido”.
Durante a visita, os 20 diplomatas de 16 países assistiram a uma palestra do coordenador de Sustentabilidade da CNA, Nelson Ananias, sobre os principais assuntos que serão discutidos na COP, as ações prioritárias do Sistema CNA/Senar e os desafios da agenda ambiental para os próximos anos.
Nelson também falou sobre as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e os desafios em cumprir as metas estabelecidas pelos países. “O foco dessa COP são as NDCs e os resultados de 2025. Para as metas dos anos seguintes, teremos que investir em tecnologias para produzir mais alimentos e reduzir as emissões e discutir o financiamento climático, que é o um pilar central do regime internacional de mudanças climáticas”.
Em sua palestra, Ananias informou que a COP 30 marcará os dez anos do Acordo de Paris e será o momento de conhecer a nova ambição climática para o período 2031-2035. “É fundamental posicionar o Brasil como exemplo de transição energética e sistemas sustentáveis com o agro como provedor de soluções”.
Segundo o coordenador, é necessário ampliar o combate ao desmatamento ilegal e reconhecer produtores rurais que conservam além do Código Florestal. Para ele, o agro precisa consolidar suas práticas sustentáveis no cenário internacional e viabilizar novas fontes de financiamento das ações de adaptação e mitigação ligados ao agro.
Os diplomatas perguntaram sobre as prioridades da CNA na Conferência, a posição do setor sobre o mercado regulado de carbono e outros temas do comércio internacional.