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Alunos mudam rotina após onça aparecer em escola no Acre

20/05/20255 Mins Read
Alunos mudam rotina após onça aparecer em escola no Acre
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Alunos, professores e outros servidores da Escola Rural Antônio Simplício, em Feijó, no interior do Acre, tiveram que mudar a rotina para garantir a segurança no caminho até o colégio. A comunidade escolar tem medo de encontrar novamente a onça que apareceu no dia 7 de abril no Ramal Novo Berlim, que dá acesso à instituição.

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Os servidores do colégio estão andando sempre em grupos, os alunos foram orientados pelos professores a não andarem sozinhos no ramal e os pais a deixarem os filhos na escola diariamente.

A professora Edna Ferreira, por exemplo, precisa andar cerca de 1h pelo ramal até chegar à escola. Ela está preocupada com a presença da onça. “Mas, pouquíssimo pais estão fazendo isso [deixar os filhos]. Estamos indo e vindo em grupos maiores de pessoas, só vi [a onça] através do vídeo, tenho bastante medo de chegar a encontrá-la”, disse.

Leia também: Guardiões da Onça: conheça iniciativas que protegem um dos maiores felinos do mundo no Brasil

Onça foi vista ao atravessar ponte no Ramal Novo Berlim, que dá acesso a escola rural — Foto: Reprodução

As aulas no colégio retornaram no dia 12. Após a onça ser vista na localidade, a Secretaria Estadual de Educação e Cultura (SEE-AC) chegou a dizer que estava em contato com órgãos ambientais para garantir o afastamento da onça.

Contudo, na segunda, a pasta informou que as aulas foram retomadas apenas com a recomendação de que a comunidade tenha cuidado.

A professora Edna confirmou que nenhum representante da SEE-AC esteve no colégio e não foi tomada nenhuma medida para evitar ataques do animal.

Um morador da região do Projeto de Assentamento Berlim Recreio filmou o momento em que o animal atravessou uma ponte, rumo a uma área de mata próxima à passagem e deixou a comunidade escolar preocupada. 

Leia também: Como comunidades em 11 países estão prevenindo conflitos com onças-pintadas

As chuvas mais intensas e o crescimento desenfreado das cidades têm tornado cada vez comum a presença de animais silvestres nas áreas urbanas. Especialistas em conservação afirmam que o ataque do felino a seres humanos é raríssimo.

A bióloga Marinara Lusvardi, comentou que as onças são animais que estão no topo da cadeia alimentar e por isso elas precisam de uma área de território muito grande para caçar, para criar os filhotes e para viver. 

Professores e alunos mudam rotina após onça ser vista próxima de escola rural no Acre: 'não andar sozinho'
Aulas em escola rural, em Feijó, no interior do Acre, são retomadas após onça ser avistada — Foto: Arquivo/Escola Antônio Simplício

Ela explicou que a expansão urbana, as mudanças climáticas e o desmatamento são um dos fatores que estão forçando os animais a migrarem para áreas habitadas.

“E eles perdem o espaço tanto pra viver naturalmente quanto eles perdem os recursos que eles encontram nesse espaço, então eles perdem a diversidade de fauna, diversidade de presa, a gente acaba interferindo nos corpos d’agua, eles ficam encurralados”, disse ela.

Outro fator de risco é a interferência humana, como a prática oferecer comida que é chamado de prática da ceva pode aumentar o risco de ataques, ao fazer com que animais silvestres percam o medo natural do ser humano e passem a associá-lo à oferta de alimento. Manter cães por perto ou invadir o habitat do animal, podem romper o ciclo de comportamento.

De 1950 a 2018, foram apenas 64 ataques confirmados na Amazônia brasileira, por onças pintadas. O que reforça a baixa letalidade da espécie quando o assunto é convivência com os seres humanos, em comparação com outros felinos como tigre, leopardo e leão.

De acordo com a bióloga, é importante manter a preservação de espaço do animal. “Aí vem o trabalho das estações ecológicas, das unidades de conservação, das reservas ecológicas e a gente pensar em uma maneira sustentável de conviver com a natureza com esses animais”, comentou ela.

Leia também: Como identificar a onça-pintada: diferenças com outros felinos da Amazônia

  1. Evite caminhar sozinho: trilhas em grupo são mais seguras, pois o barulho e o número de pessoas tendem a afastar os animais;
  2. Faça barulho durante a trilha: converse, cante ou bata o bastão de caminhada nas pedras. O objetivo é não surpreender a onça — o maior risco é assustá-la;
  3. Evite trilhas à noite, ao amanhecer e ao entardecer: onças são mais ativas nesses horários (crepusculares e noturnas);
  4. Não corra: se avistar uma onça, mantenha a calma. Correr pode estimular o instinto de perseguição;
  5. Mantenha contato visual e recue devagar: tenha o animal no campo de visão, mas olhe sem desafiá-lo, sem demonstrar medo, e afaste-se devagar, sem virar as costas.
  6. Jamais se aproxime de filhotes: a mãe pode estar por perto e se tornar agressiva ao tentar protegê-los.
  7. Evite levar cães: cães podem provocar as onças, que os veem como ameaça ou presa, o que pode aumentar o risco de ataque.
  8. Preste atenção a sinais de presença: pegadas frescas, fezes, arranhões em árvores ou carcaças de animais são indícios de que a onça pode estar por perto.

O programa Amazônia Animal do canal Amazon Sat, o biólogo e especialista em onças, Rogério Fonseca, explica o comportamento da espécie e quais medidas devem ser adotadas em casos de encontros com onças-pintadas.

Por Hellen Monteiro, g1 AC — Rio Branco. Colaborou Júnior Andrade, repórter da Rede Amazônica Acre.

Fonte

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