O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrentou, nos últimos dias, algumas derrotas amargas no Congresso Nacional. Os parlamentares realizaram, na terça-feira (17/6), uma sessão conjunta para analisar vetos presidenciais, onde o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), líder do governo no Congresso, era peça fundamental para a construção de acordo entre as bancadas. Ele, porém, não registrou voto.
Alguns vetos mais polêmicos foram adiados para sessão no próximo mês, antes do recesso parlamentar. Outros foram mantidos ou derrubados, e a liderança do governo no Congresso costurou um acordo para minimizar danos, mesmo cedendo na derrubada de alguns vetos.
Como exemplo, o Executivo orientou derrubar o veto de Lula ao Marco Regulatório das Eólicas Offshore, reestabelecendo trechos aprovados pelo Congresso que criam impacto de até R$ 525 bilhões até 2040 na conta de luz dos brasileiros, de acordo com cálculo do governo. O Legislativo retomou “jabutis” que havia criado no texto, removidos por Lula. Os chamados jabutis são trechos sem relação com o assunto principal da proposta.
O apoio de governistas a esta manobra fez parte de um acordo para manter outros vetos importantes ao governo Lula. Não foi fácil para parlamentares petistas, porém, explicar o apoio à medida controversa para a base eleitoral.
Responsável por costurar o acordo entre governo e oposição durante a sessão conjunta, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) não registrou voto, apesar de ter orientado o voto das bancadas.
Na deliberação sobre as eólicas offshore, por exemplo, presentes no veto nº 3/25, o nome de Randolfe não aparece entre os votos dos senadores (veja aqui como votaram os parlamentares). O mesmo se repete nas outras votações de terça-feira, como na que reestabeleceu a pensão vitalícia às crianças com deficiência decorrentes do zika vírus, onde também houve acordo do governo para a derrubada (confira aqui).
A reportagem confirmou que Randolfe não deixou de votar nas duas sessões anteriores de análise de vetos presidenciais, em 9 e 28 maio de 2024. Na sessão da última terça, os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e na Câmara, José Guimarães (PT-CE) não se ausentaram de votar, seguindo a orientação determinada pelo acordo.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a equipe do senador Randolfe Rodrigues (PT-AP) ainda não se pronunciou. O espaço continua aberto para manifestação.