Aécio Neves (PSDB), deputado federal e neto de Tancredo – “Eu costumo dizer que Tancredo era uma mistura de duas personalidades: uma do conciliador, do homem afável no trato, sempre disposto a ouvir opiniões contrárias e que passou muito essa imagem para a história, a do grande conciliador. Isso foi essencial ao Brasil. Mas Tancredo era também um homem de uma coragem pessoal poucas vezes vista. E demonstrou isso ao longo da sua vida. Quando o ministro da Justiça do presidente Getúlio, com apenas 42 anos de idade, por exemplo, quando parte do ministério já se rebelava contra a Constituição e contra a continuidade do presidente Getúlio, na última reunião ministerial, ele pede licença ao presidente Getúlio para sair dali e prender o ministro da Guerra que já se aliava a aqueles que queriam a deposição do presidente Getúlio. Um dos ministros presentes disse para Tancredo ser loucura: “Você pode ser morto”. E ele respondeu: “Existem poucas oportunidades de morrer por uma boa causa e essa é uma delas. Então, essa coragem pessoal aliada à sua cultura, ao seu preparo e à sua capacidade de conciliação fizeram dele realmente um político especial e que estaria vendo com muito desalento o que ocorre hoje no Brasil, onde a política do diálogo, a política do convencimento deu lugar à política da ofensa, do ataque gratuito, da tentativa de derrotar o seu adversário de qualquer forma, e não de construir uma agenda para o país. Infelizmente, o Brasil vive hoje a falta de homens públicos como Tancredo e tantos outros, como Ulysses, como Teotônio, que ajudaram o Brasil a superar aquela quadra de extrema dificuldade.”